segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Crise da Economia Americana


Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.

Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares. A diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) pra ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas. Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.

Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez…

O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Fácil….parecia fácil.

Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e o Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre.

Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca.

Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, as das cuecas, dos notebooks, da tv de plasma e do cartão de crédito.

Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.

Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família pararam de consumir…

Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência (dividas) dos Pauls esses títulos começaram a valer pó.

Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos.

Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel… Preço que despencou. Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.

Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba. Acabou.

Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado.

O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

O FED (BANCO CENTAL AMERICANO)começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos. Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.

O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na semana passada o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda feira última, quebrado, insolvente.

No domingo o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por ação. Há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. A bola da vez seria o Lehman Brothers, um bancão.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u320606.shtml


Nomes: Gabriel Barbosa, Guilherme Luciano, Iago Prado, Igor Souto, João Paulo, Lucas Brito, Lucas Nunes, Luiz Felipe e Luiz Fernando.

10 comentários:

Anônimo disse...

Nossa; falar que as pessoas pararam de pagar a hipoteca é muito pouco em relação ao todo! Gostei do Paul, mas acho que o texto ficou muito grande.

Anônimo disse...

É a melhor explicação sobre essa tal crise que eu já li ou ouvi, apesar de grande, ficou muito boa!
Se a crise ficasse somente por lá, ainda estava de bom tamanho, o problema, é que como os EUA são a maior potência do mundo, países de todos os cantos saem em desvantagem e vários bancos ainda veêm a pedir "socorro".

Anônimo disse...

Ai que enoorme! mesmo com o tamanho um tanto quanto exagerado, a explicação foi muito bem feita, deu pra entender direitinho! =)
joão vitor falou uma coisa muito importante, se fosse só lá ainda ia, mas afeta o mundo inteiro!
nossa, né por nada não, mas podia existir alguma coisa que afetasse só lá, pra ver se eles aprendem alguma coisa! ¬¬

Campolina disse...

É neh
O texto fico bem bom
Fico perfeito
hehehe
Creditos: Igor Souto

Realmente explica muito bem a crise, e de uma maneira de facil entendimento.

Ultimamente eu ando pensando aqui em casa. Será que há a possibilidade de os Estados Unidos terem causado essa crise de proposito para ocultarem por um tempo o tema que tava em discussão, que é o aquecimento global, para não precisarem diminuir a produção das empresas. Sei lá. Só pensei nisso.
Espero que não.
Mas eles são loucos.

Anônimo disse...

haushaushuahsu
será luiz?
eu também não duvido nada desses lunáticos!
quanto ao texto que ficou muito bom graças ao igor!

Anônimo disse...

Gostei dá imagem, explica bem o que está acontecendo de verdade com os EUA e sua crise que abalou todo o mundo..mas a crise já esta passando as bolsas já estão se restabelecendo aos poucos.

Anônimo disse...

Q enormeeeee O.O
Mas fico bom.Malditos EUA! Em vez de se fe*** sozinho, nããããããoo. TEM que levar o resto do mundo junto!!!

Anônimo disse...

nossaa.. com a crise da economia americana, varios paises sao prejudicados. o bom seria se essa crise ficasse só por lá e nao chegasse de jeito nenhum aqui por essas 'bandas'!

Anônimo disse...

kkk nossa Luiz de boa que você viajou legal! Aquecimento global nos países desenvolvidos é só mais uma forma de marketing. Os EUA não vão assinar nenhum tratado e pronto, rs quem vai obriga- los? Eles "mandam"no mundo, abafar a história do AG não é negócio pra eles acredite nisso!

Ahh amei o texto rsrs ficou grande mas para quem tem dúvidas em relação a crise ajuda bastante! ^^

Mari disse...

Acho queo nome da crise nem poderia ser "Crise Americana", que parece que o problena é só na América, o nome deveria ser "Crise Mundial, porque esse problema afeta todo mundo.