No dia 1º de abril, foi publicada no jornal Estado de Minas a crônica "E a Lua?", a qual questionava se o homem realmente chegou à Lua em 29 de julho de 1969. Nós, as administradoras, achamos o assunto interessante e resolvemos postá-la. Tire sua própria conclusão!
"Uma noite dessas, grupo de amigos reunidos, lua cheia passeando no céu e, de repente, alguém fez a pergunta que vem gerando polêmica há anos: afinal de contas, em 29 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin desceram mesmo lá, como a TV mostrou, deixando as marcas de suas botinas e fincando a bandeira dos Estados Unidos? Alguns disseram que sim. Outros achavam que não, mas sem muita convicção. No entanto, um dos amigos, que é comunista (até hoje), filósofo e apaixonado pelo assunto, bateu o pé. “Negativo. Os filhos do Tio Sam não estiveram na Lua. Aquela foi uma das maiores farsas da história”, defendeu. Em seguida, apresentou vários argumentos. Alguns vou tentar reproduzir aqui.
Andei pesquisando e descobri que a matéria é amplamente discutida na internet. De acordo com o nosso amigo Joaquim, o homem não foi à Lua, entre outras coisas, porque o que parecia relativamente fácil, há mais de 30 anos, hoje se tornou algo quase impossível, pois uma simples volta à Terra em órbita tem causado dezenas de acidentes, embora a tecnologia atual seja milhares de vezes superior e os problemas muito menores. E mais: para pôr uma cápsula espacial em órbita, é necessário enorme foguete, com toneladas de combustível. “Como o módulo lunar conseguiu impulso (mesmo em gravidade menor) com estrutura que não tem espaço para tanto combustível?”, indagou. Demonstrando entendimento de causa, observou que a transmissão para a Terra, via TV, tem ângulos quase impossíveis, além de sombras que não condizem com a realidade. Há fotos em que as sombras da bandeira, dos astronautas e do módulo lunar vão para lados diferentes. As que foram divulgadas têm sempre uma penumbra, o que não é possível em lugares sem oxigênio, como a Lua. Ele está convicto de que elas foram feitas aqui mesmo, neste nosso humilde quintal terrestre.
Como se não bastasse, ainda segundo o Joaquim, por que a Rússia (na época, muito à frente da corrida espacial, mesmo permanecendo o clima de disputa da guerra fria) não conseguiu essa façanha antes dos americanos? “Por que todas as viagens foram feitas em apenas três anos, exatamente no governo Nixon? Nenhum outro presidente se interessou em continuar o programa? Ou não quiseram se meter na fraude?”, provocou ele. No decorrer da conversa, que entrou noite adentro, o filósofo deu vários motivos para provar sua teoria, entre taças de vinho. Ouvindo essa história, me lembrei de uma outra, ocorrida em Coluna. No dia seguinte à “descida” do homem na Lua, meu pai e um compadre, Miguel de Abreu, discutiam o assunto, logicamente não com os mesmos argumentos do Joaquim. “O senhor viu, compadre, os americanos desceram ontem na Lua”, disse meu pai. “Desceram não, aquilo é mentira. É impossível uma coisa dessas”, respondeu seu Miguel. “Foram sim, compadre, a televisão mostrou.” “Pura bobagem, a Lua é de Deus, e ninguém vai lá”, retrucou o outro. E o disse-me -disse continuou na farmácia de meu pai, até que seu Miguel de Abreu, já sem argumentos, lançou o seguinte desafio: “Quero ver, compadre, eles descerem lá quando ela estiver bem nova, só aquela pontinha de unha...” Tanto seu Miguel como o nosso amigo Joaquim devem ter lá suas razões. Em volta da mesa, as opiniões continuaram divididas, enquanto dona Lua, indiferente a tudo, continuava o seu passeio no céu. PS – E o leitor, o que acha? Os americanos foram mesmo à Lua naquele julho de 1969? O resultado da pesquisa sai na semana que vem."
Carlos Herculano Lopes
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